sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

SÍMBOLOS GERAIS - FERMENTO

FERMENTO

E sempre usada esta palavra na Bíblia com o sentido de maldade, influência contrária à santidade, ou coisa que estraga o ambiente espiritual.
Na comemoração da Páscoa, os judeus, por ordem divina, tiravam todo o fermento de casa e, durante os sete dias, quem comesse pão levedado, seria cortado de Israel (Êx 12.15). Também na oferta de Manjares, não era permitido o fermento (Lv 2.11).
Jesus recomendou que os discípulos se guardassem do fer­mento dos fariseus e dos saduceus. Eles pensaram que o Senhor falava do pão material. Quando Jesus lembrou a multiplicação dos pães, compreenderam que Jesus falava da doutrina dos fariseus (Mt 16.6 a 12). O fermento dos fariseus era a hipocrisia e orgulho de espiritualidade. O dos saduceus era materialismo (At 23.8), ne­gação da verdade de Deus.
Também Jesus advertiu sobre o fermento de Herodes (Mc 8.15). Herodes tinha astúcia de raposa. Reconciliou-se com Pilatos para condenar Jesus. Tomou a mulher do irmão e prendeu João Batista porque este o repreendeu. Continuou a viver com a mulher que pediu a morte do profeta (Mt 14.3-12).
Numa parábola, Jesus ensinou: "O reino dos Céus é seme­lhante ao fermento que uma mulher introduziu em três medidas de farinha, até que tudo seja levedado (Mt 13.33).
A idéia de "tudo levedado'' vem duas vezes nas epístolas de Paulo: "Um pouco de fermento leveda toda a massa" com o sentido de erro, de maldade (1 Co 5.6b e Gl 5.9). Ali claramente é um contraste entre o fermento da maldade e da malícia com “os asmos da sinceridade".
Há quem interprete a parábola do fermento dizendo que o fermento é o Evangelho e a massa a humanidade e a mensagem de Jesus vai alcançar todo o mundo. Houve uma corrente de teólogos ensinando que quando toda a humanidade fosse crente, Jesus viria estabelecer o Reino do Milênio.
Esta doutrina se chamava pós-milenialismo e foi criada pelo inglês Daniel Whiteby (1636-1726), que a chamou de "nova hipótese".
Não é possível conciliar com o ensino da Escritura o pensa­mento de conversão da humanidade toda. Quando Jesus vier, exercerá seu juízo contra os incrédulos vivos, antes de julgar os mortos (Ap 20).
Nas próprias palavras do Senhor, encontramos: "Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?'' (Lc 18.8b). O caminho da vida é estreito, poucos acertam com ele, a maioria irá pelo caminho largo até o fim.
O fermento é o erro, a falsidade da doutrina introduzida no Cristianismo. A mulher, a igreja visível, por falta de vigilância adotou o erro das doutrinas falsas, costumes ou programas con­trários à Palavra de Deus, numa intensidade que o Cristianismo, como organização, ficou todo estragado.
As três medidas podem lembrar os três filhos de Noé, de quem descende toda a humanidade. O fermento alcançou todos os povos da Ásia, da Europa e da África. Podem ser também as três doutrinas: a fé, a esperança e o amor (1 Co 13.13), atingidas pela falsificação.
A chamada maioria cristã não tem fé, porque não está firmada na redenção de Jesus. Não tendo certeza de salvação, vive sem esperança e, nesta condição, não participa do amor de Deus.
Um exemplo bem patente é a Igreja Católica Romana. Introduziu doutrinas contrárias ao Evangelho, a mediação dos anjos, o purgatório, as boas obras para alcançar a graça de Deus e outras. Hoje é uma organização sem a mensagem do Evangelho e separada de Jesus Cristo.
Outro triste exemplo é o dos protestantes nos países onde contam maioria. Uns grupos adotam uma teologia modernista ou teologia racional, que nega a infalibilidade da Bíblia, a divindade de Jesus Cristo, o poder da morte de Jesus para a regeneração do pecador e outras doutrinas fundamentais. Outros, dando ênfase ao "exemplo de Jesus", se esforçam somente na prática da bene­ficência, levantando fundos para ajudar os necessitados. Neste esforço omitem propositadamente a mensagem do novo nasci­mento pela fé em Jesus. Não falam, nem dão valor à necessidade de salvação e do perigo da perdição eterna.
Cumpre-se o que diz a parábola:”Está tudo levedado".
Estamos no cenário da Igreja de Laodicéia, Jesus diz a esta massa levedada: "Vomitar-te-ei da minha boca" (Ap 3.16b). A mensagem do Salvador, em seguida, se dirige ao indivíduo, porque cada um dará conta de si mesmos a Deus.
Em Laodicéia o mesmo Jesus continua: "Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei e ele comigo" (Ap 3.20).
A minoria que abre a porta do coração forma a Igreja de Jesus Cristo. É o pequeno rebanho (Lc 12.32). São os poucos que acertam com o caminho estreito (Mt 7.13).
Em cada país do mundo Jesus Cristo tem os dele, porém sempre minoria, porque a massa do chamado Cristianismo foi levedada pela semente do erro.
Outra aplicação da palavra fermento é devocional, vem em conselhos sobre a santificação. Aos coríntios, Paulo aconselha: "Alimpai-vos pois do fermento velho, para que sejais uma nova massa... Pelo que façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade" (1 Co 5.7a,8).

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